São Carlos Borromeu - 04/11
Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538.
Antes de tudo, menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara.
Dessa forma, ao lado destas qualidades, manifestou, acima de tudo, forte inclinação para a vida religiosa, além da, piedade e o temor a Deus.
Ainda criança, por exemplo, era seu prazer construir altares minúsculos.
Diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja.
O amor à oração, assim como, o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
Assim, o ano de 1562 veio à Carlos com a graça do sacerdócio.
No silêncio da meditação, lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica.
Estes todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento.
De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa.
Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja.
Dessa forma, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei.
Ainda que, por esta obediência tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior.
Carlos sabia muito bem, que a caridade abre os corações também à religião.
Por isto, foi que, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando ele para si só o indispensável.
Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, por exemplo, distribuía-os entre os desvalidos.
Tudo isto não aguenta comparação com as obras de caridade.
Obras, que o Arcebispo praticou, quando em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão.
Não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres.
Assim, abria fontes de auxílio, que teriam ficado fechadas.
Porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste.
O povo foi abandonado pelos poderes públicos.
Visto que, ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes, dos quais, ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos.
Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes.
Mais de cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes.
Deus conservava a vida do Arcebispo, e este se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.
Gregório XIII, ainda, recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções.
Em resposta a este gesto do Papa, o governador de Milão, organizou um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão.
No primeiro domingo da Quaresma de 1579, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo.
O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera, e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte reconheceu o erro.
E ainda, teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia.
Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica.
O Arcebispo gozou deste período só dois anos.
Quando em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios espirituais.
Nesse momento, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia:
“Um bom pastor de almas, deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”.
Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo.
Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram:
“Eis Senhor, eu venho, vou já”.
São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.
O Papa Paulo V, canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de novembro.
São Carlos Borromeu, rogai por nós!