São Serapião - 14/11

São Serapião

A Igreja venera pelo menos dois santos com o nome de Serapião.

Um deles, por exemplo, foi monge dos primeiros séculos e viveu vida de solidão no encontro com Deus.

O segundo, aquele do qual vamos conversar, era filho de nobres ingleses e viveu no século XII.

A vida deste santo, contudo, encerra um capítulo da história europeia.

Pois que, sua aventura humana e espiritual reflete os fatos de sua época, nos quais esteve presente, se bem que, só como “coadjuvante”, talvez a contragosto.

Filho de um capitão inglês a serviço do rei Henrique II, em 1190 participou com o pai da terceira cruzada, sob o comando do célebre Ricardo Coração de Leão.

No regresso, foi feito prisioneiro das tropas do duque da Áustria, próximo da laguna vêneta, e mantido como refém.

O duque gostou dele e, dessa forma, o tomou a seu serviço na expedição de ajuda ao rei da Espanha contra os mouros.

Quando chegaram,  porém, a batalha havia terminado.

Serapião conseguiu, então, ficar a serviço do rei Afonso de Castela, para voltar novamente à Áustria, quando o duque tomou parte na quinta cruzada.

Neste ponto se encerra sua aventura militar.

Passa, na realidade, a militar sob uma outra bandeira: conhece Pedro Nolasco, o fundador dos mercedários, e decide juntar-se a ele para dedicar-se ao resgate dos escravos.

Para sua primeira missão pacífica dirige-se com são Raimundo Nonato a Argel.

Conseguem libertar 150 escravos.

E como tinha aprendido a arte da guerra, teve o encargo de seguir as tropas espanholas na conquista das Baleares.

Em todo caso, sua missão era fundar nessas ilhas o primeiro convento de sua ordem, que depois confiou à direção de um confrade.

Em seguida, dirigiu-se à Inglaterra a fim de erigir um posto avançado da ordem.

Dessa vez, porém, a expedição teve um epílogo trágico: o navio foi assaltado por corsários, Serapião barbaramente espancado e lançado em uma praia deserta porque considerado morto.

Recolhido por alguns pescadores, refez-se e pouco depois prosseguiu a viagem para Londres, onde não teve vida fácil.

Foi expulso de modo grosseiro, por haver desaprovado a injusta apropriação dos bens eclesiásticos pelo governo.

Voltou à Espanha e prosseguiu na obra caritativa de resgate dos prisioneiros, até que os mouros voltaram sua raiva contra ele.

Crucificaram-no numa cruz de Santo André e, depois de atrozes torturas, decapitaram-no.

Seu culto foi confirmado em 1728.
São Serapião, rogai por nós!

Retirado do livro: ‘Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do
Oriente’, Paulinas Editora.
Fonte: Portal Paulinas
http://www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/santo-do-dia/14/11

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