São Marcelo I - 16/01
Marcelo I, foi confundido por muitos anos com o Papa Marcelino, pois, alguns biógrafos acreditaram que eram a mesma pessoa e outros historiadores afirmaram, que ele havia sido apenas um padre.
No início do ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja viveu um longo e confuso período de sua história, recheado de incertezas e de perseguições, que a desorganizou, inclusive internamente.
Neste quadro, apareceu a singela figura de Marcelo I.
Vejamos, porém, como tudo se esclareceu e a relevância deste Papa e Santo, para a Igreja.
Os anos trezentos, também para o Império Romano não foram nada agradáveis, pois, já se delineava a sua queda histórica.
O imperador Diocleciano, por exemplo, que se mostrava um tirano insensato e insano, também, já não governava por si mesmo, era comandado pelo vice Gelásio.
Foi a mando de Gelásio, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta, perseguição aos cristãos, estendida, da mesma forma, para todos dos domínios do Império.
E, além disso, continuou após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador Maxêncio.
A Cátedra de São Pedro, no entanto, vivia num período de ‘vacatio’, como é chamado o tempo de ausência entre a eleição legítima e a entrada de um novo pontífice.
Foi uma época obscura e de solavancos para toda a Igreja.
A Igreja, agonizava com a confusão generalizada, provocada, principalmente, pelas heresias e pelos ‘lapsis’, esta figura sombria, que surgira em consequência das perseguições.
Em 27 de maio de 308, foi eleito o Papa Marcelo I, um presbítero de origem romana, humilde, generoso, mas, por outro lado, de caráter firme e fé inabalável.
Ele assumiu a direção da Igreja, após quatro anos da morte do seu predecessor e se ocupou da difícil tarefa de sua reorganização.
O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou muito bem atestado pelas fontes da época.
Nestes relatos se constatou o comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os ‘lapsis’ ou ‘renegados’, como eram chamados os cristãos.
Estes, por medo, haviam publicamente renunciado a fé em Cristo.
A esse respeito, por exemplo, existe o registro de um elogio feito ao papa Marcelo I, pelo papa Damásio I em 366, com muita justiça.
Enquanto muitos bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas, menos radical.
Severo, decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de penitência.
Também, determinou que nenhum concílio podia ser convocado sem a prévia autorização do papa.
Mas, acabou sendo preso por ordem do imperador Maxêncio, que o exilou e obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a qual fora transformada em estábulo.
Morreu em consequência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de janeiro de 309.
A Igreja declarou Marcelo I, santo e mártir da fé, para ser festejado nesta data.
As suas relíquias estão guardadas na Cripta dos Papas no cemitério de Santa Priscila, em Roma.
São Marcelo I, rogai por nós!